Há amor em São Paulo
Na tentativa de não escrever sobre o amor, eu pensei na cidade de São Paulo e falhei miseravelmente. Para mim é impossível escrever sobre ela e não mencionar o amor.
Dizem que não há amor em São Paulo, mas eu insisto em discordar profundamente. Nós amamos sim, mas a capital paulista tem seu amor corrido, depressa como as pessoas que caminham pelas ruas.
O amor em São Paulo está no abrigo desconhecido quando chove na terra que não é mais da garoa, agora é tempestade.
O amor está no livro lido depressa no metrô e na música diversa nas ruas pela manhã.
O amor está na senhora simpática que te abre um sorriso e na informação apressada que alguém te deu mesmo tentando fugir do atraso.
O amor em São Paulo está nas bancas que eu insisto em parar para folhear as revistas e o jornal do dia.
Certa vez, conversando com uma amiga carioca, mencionei que ainda se vendiam cartões postais por aqui e disse que enviaria para ela alguns com os meus lugares preferidos, contando porque os amo.
O amor paulistano é apressado, moderno e talvez um pouco clichê, é como a cena de um jornalista correndo apressado e amando o caos.
O amor paulistano é dramático e é preciso um olhar a mais para entender essa paixão por um lugar tão cheio de prédios, é preciso sentir para daí sim entender que cada prédio ou estação nos guarda uma história.
O amor em São Paulo é como um romance totalmente impreciso, é como o meu amor por tudo que me mantém viva, mesmo que seja caótico.